Till Debt Do Us Part
Este é definitivamente o melhor programa sobre educação financeira existente. Ele funciona da seguinte forma. Uma família se candidata para receber uma consultoria/visita do programa para “colocar a casa em ordem”. A consultora, Gail Vaz-Oxlade, é fera, ela vai na casa da família e diz tudo “preto no branco”, sem papas na língua, deixando claro o total de dívidas que a família tem, o que eles estão fazendo de errado, e apresenta três tarefas/desafios para a família cumprir para colocar “a casa em ordem”, geralmente as tarefas são para diminuir despesas, aumentar receitas e melhorar a comunicação/relacionamento da família. Mas, dependendo da família, as tarefas podem ter conotações mais “psicológicas”. Por exemplo, em famílias que vive comprando “cacarecos” e tem um monte de tralha em casa, ela geralmente sugere vender tudo, organizar a casa, etc. Normalmente não por causa do dinheiro, mas para a pessoa aprender a ser mais organizada.
É um programa imperdível. Ele é canadense mas facilmente adaptável a qualquer realidade. É claro que no Brasil a gente iria rir com cartão de crédito com juros de 20% ao ano, mas é impressionante como o pessoal entra no buraco “feio”, jovens com dívida as vezes beirando os 100.000 dólares canadenses.
Os programas são de meia hora, mas acompanham a família ao longo de um mês.
A maioria das famílias consegue resolver os problemas, mas algumas se recusam a cumprir as tarefas (por exemplo, em um episódio a família tava toda ferrada de grana e o cara tinha uma picape monstruosa e um barco; a primeira coisa que a mulher falou foi “vende o barco e troque de carro”, mas o cara se recusou). Esses de famílias que se recusam a cumprir as tarefas são, na minha opinião, os mais interessantes, pois mostram claramente como tem pessoas que, mesmo você dando a solução para elas, elas preferem ficar na m.
Infelizmente esse programa não passa no Brasil (eu acho, se passar, me avisem), mas vocês podem ver vários episódios online. Recomendadíssimo.
Em tempo: o nome do programa é um trocadilho com a expressão “até que a morte os separe”, significando “até que o débito os separe”. Muito apropriado.
